sábado, 3 de maio de 2008

Flashback 4

18 de Janeiro de 2006

Esperar que ele me fale.
Esperar que ele se abra.
Esperar ouvir os sentimentos dele.
Esperar…
Esperar…
Esperar…
Todos os meus amigos me dizem para esperar, ter calma, não fazer nada precipitado, tudo calmamente…
Pensar no que de bom tenho.
Pensar no que iria perder.
Pensar…
Pensar…
Não tenho feito nada mais que esperar.
Não tenho feito nada mais que pensar.
Não tenho feito nada mais que …
Nada!
Não faço nada!
Mas sinto
Sinto
Sinto
Sinto
Sinto
sinto e
dói
dói
dói
dói
dói!
Hoje lembrei-me do que fiz quando soube o resultado da TAC: dobrei o pijama dele com todo o amor e carinho e cheirei-o.

Inalei profundamente o cheiro do meu homem para ter um bocadinho dele.
Inalei as moléculas do meu homem que ficaram agarradas ao tecido.
Fiquei com o meu homem dentro de mim.

Fundi-me com as moléculas do meu homem…
O meu homem…
as moléculas dele…
as células mortas da pele dele…
restos dele.

Porque não me restava nada dele.
Porque ele estava em casa de outra.
Porque ele estava com outra…
Porque ele não estava comigo…

Hoje pensei no que fiz quando soube o resultado da TAC chorei!
Hoje chorei!

1 comentário:

Karmen disse...

Fui um que tentou que não te precipitasses.. que tentou ajudar-te a não estragares o casamento, nem o lar... mas so tu sentias a dor que te ia na alma.
Por isso, mudei o discurso, e hoje estou aqui a dar-te algum suporte emocional...
Estas lembranças são dolorosas, mas é a forma de carpires o teu luto!!!