E fez ontem dois meses que ela se divorciou.
Neste tempo passou por vários sentimentos diferentes e, até mesmo contraditórios entre si.
Uns dias esteve feliz,
outros infeliz,
uns sentiu-se bem,
outros sentiu-se miserável.
Uma sensação comum e quase sempre presente foi a paz.
E agora, ultimamente, descobriu que não está morta!
domingo, 29 de junho de 2008
Dois meses
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Ontem
Sem rumo perdi-me
na tua pele.
Sem pudor derreti-me
no teu corpo.
Sem medo afundei-me
nos teus olhos.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Loucuras
Apetece-me a sério.
A sério que me apetece.
Sem pensar.
Sentir apenas.
Apenas eu e quem eu quiser.
Aqui e agora.
A sério que me apetece
Estar-me nas tintas
Para o que dizem,
Para as regras e
Para o decoro.
Apetece-me
A sério que me apetece.
Casulo
Como seria fácil
meter-me num casulo,
protegida de tudo
e de todos.
Só.
Apenas eu e a
trama de seda,
o meu escudo,
que filtraria
a luz e o som,
o choro e o riso,
a vida.
P'ra quê viver
fora do casulo se
continuo só,
peço um abraço e
suplico um beijo?
Viver para
ter uma carícia
ao amanhecer,
e de novo morrer?
Renascer das cinzas
e morrer a seguir
p'ra quê viver?
Assuntos por resolver
Depois de dias felizes, a procura de duas músicas especiais acordou os seus fantasmas e deixou-a de rastos outra vez.
Então ela tem que decidir, dentro de si, o que quer, como se quer.
Por tudo o que viveu no seu casamento, pela ausência de emoção, de calor, de alegria, ela dificilmente admite voltar a ter uma relação com o seu ex-marido. Para que isso fosse possível, e usando palavras dele, ele passaria a ser infeliz. E nunca, nunca, nunca quis que ele fosse infeliz a seu lado. O que ela tinha gostado era exactamente o contrário, que ele fosse feliz a seu lado.
Por ser demasiado insuportável continuar o casamento, decidiu divorciar-se para dar uma segunda hipótese a si mesma. Mas é difícil.
Muito difícil. Em especial quando algo despoleta recordações tão doces quanto antigas. Que, depois, num efeito de queda de dominós, vai acordar outras recordações não tão boas, nem tão antigas e traz-lhe de volta a tristeza.
O sentimento não morre assim, não se desliga como um interruptor. Mas ela pode desligar o contacto que tem tido com ele, que, embora esporádico, não lhe é saudável.
Este casamento já morreu há muito. Falta o enterro. Já tentou várias vezes, mas há sempre uma assombração a toldar-lhe o caminho, a impedi-la de raciocinar.
Assuntos por resolver:
- enterrar, DEFINITIVAMENTE, o passado e com ele todos os episódios que a magoaram mas também os que a fizeram feliz;
- tratar da burocracia final: desligar-se das contas bancárias, cessar a quota na empresa e fazer as partilhas;
- mudar as visitas paternais aos filhos, para uma partilha de fins de semana mais equitativa;
- e, o mais difícil, tirar de sua casa os milhares de discos da colecção de discos; escolher alguns, encaixotar o resto e transportar as dezenas (talvez a roçar a centena) de caixotes para a garagem.
Este último assunto será o corte final. Ver as paredes do sótão vazias. Enfrentar de vez o vazio na sua vida.
Depois, tem que aprender a lidar com este vazio, sozinha. Ela e ela só.
Apenas ela.
Só ela.
Ela...
terça-feira, 24 de junho de 2008
Pergunta
Já não consegue amá-lo.
A bem da sua saúde,
já não quer amá-lo!
Já sabe, está vazia.
Será que vai amar outra vez?
Sem medo?
De toda a alma e coração, que é a única maneira que ela consegue ver o amor?
Será?
SMS
Nunca odiou a música nem os discos, como ele tantas vezes alegou. Apenas odiou o seu investimento nesse campo e, principalmente, o desinvestimento em si, como Mulher.
A música continua a ser importante para ela e a despertar emoções muito fortes. Chora, ri, dança, baila e delira com músicas.
Ainda tem orgulho nele e no que conseguiu fazer pela música da cidade. Não consegue nem odiá-lo nem ter raiva dele. Mas não consegue amá-lo mais!
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Dor d'alma
Tivesse a dor d'alma uma origem clara como as dores das pernas,
e ela esfregá-la-ia com Reumon Gel.
Depois de um fim de semana recheado de alegria,
no final de tarde de domingo ela foi invadida por
uma dor d'alma
uma nostalgia
uma tristeza
que não consegue explicar!
terça-feira, 17 de junho de 2008
Apeteceu-me
Estar na cama
Embrulhada num edredão
E ter frio
Dormir e
Sentir um abraço quente
A sonhar
Tantas noites frias
Tantos abraços sonhados
Tantas vezes quis
Ver-me nos teus olhos,
Sentir-me nos teus dedos
E não estavas…
Então,
Fui morrendo
De solidão
De abandono e
De tristeza.
domingo, 15 de junho de 2008
Catarse
Ao construir e manter este blog ela foi fazendo a catarse da sua angústia.
Obrigou-se a racionalizar os sentimentos e episódios a fim de os poder escrever, com isso, foi percebendo o que se passava com ela e com a sua relação.
A catarse foi feita.
sábado, 14 de junho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Ouvir falar
Um amigo dela também se está a divorciar.
E eles costumam conversar (são o ombro amigo do outro).
E ao ouvi-lo contar as reacções da ainda esposa (palavra horrível), ela dá graças a Deus.
Graças a Deus porque o seu divórcio decorreu com tranquilidade.
E graças ao seu phantom claro!
terça-feira, 10 de junho de 2008
Hábitos...
Mais um hábito.
Hoje, ao sair da escola tarde, depois de um dia cheio de trabalho (entrou às 8 e 15 e saiu às 22h), a primeira coisa que teve vontade de fazer, foi
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Aniversário
Primeiro aniversário em muitos anos que não vai jantar fora com ele.
Também é o primeiro em muitos anos que
É mesmo o primeiro ano que não espera nada dele:
nem palavra,
nem jantar,
nem prenda,
nem nada.
E tudo o que recebeu foi imenso, fantástico. Os alunos cantaram-lhe os parabéns CINCO vezes, ofereceram-lhe duas prendas e obrigaram-na a soprar as velas por duas vezes também! Houve telefonemas e mensagens. Bom!
Mas o melhor de tudo foi o Bolo de Anos confeccionado pelos seus filhos, os seus Beijos de Parabéns e um desenho a dizer:
Ele há melhor aniversário? Não!
terça-feira, 3 de junho de 2008
Expressões Mais Usadas
Para designar aquele que connosco assinou um contrato de partilha de vida, usa-se a palavra MARIDO ou pior ESPOSO.
Para designar aquele com quem rompemos o contrato, costuma-se usar:
Ela DETESTA as primeiras opções e não consegue MATAR o seu ex????????....
HÁ QUE INVENTAR UMA
Hábitos difíceis de mudar
Ele há hábitos enraizados de tal modo que não há tempestade que os arranque.
Ao ouvir uma teoria disparatada de um aluno acerca da música pré-Nirvana
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Truques
Ela obriga-se a pensar:
domingo, 1 de junho de 2008
Enterros
Ela tem que decidir-se:
Ou enterra de vez o passado
e
A menina tem que se olhar ao espelho