Ao fim de 33 dias após a dissolução do casamento, pela primeira vez, ela sentiu-se só.
Muito só.
Mesmo, mesmo só.
Quando estava na cama a tentar ler um pouco, a mente vagueava-lhe e não o conseguiu fazer.
A cadela não sossegava e assim, não podia dormir com 20kg impacientes e irrequietos.
Foi então que lhe deu o baque:
sábado, 31 de maio de 2008
Solidão
sexta-feira, 30 de maio de 2008
AGORA vs ANTES
terça-feira, 27 de maio de 2008
Tranquilidade
Ela nunca pensou conseguir viver sem ele, mas o balanço destas quatro semanas mostraram-lhe o contrário.
Ela consegue viver sem ele e mais, consegue fazê-lo com tranquilidade.
Não afirma que é feliz. Apenas afirma que está tranquila, bastante tranquila: já não se preocupa se ele vem jantar ou não,
se ele dorme em casa ou não,
se ele chega atrasado ou não,
se ele atende o telemóvel ou não,
se ele inventa uma desculpa esfarrapada ou não...
Ele deixou de estar na equação da vida dela e é fantástico!
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Paz
Hoje, ela esteve em paz.
Levou os filhos à lição extra de vela e veio para casa, pois tinha combinado com o pai que seria ele a buscá-los.
Chegou a casa ainda cedo e teve um prazer tão querido, pode dormir até ao fim da manhã, sem se preocupar em fazer o almoço.
Hoje, os filhos tiveram o pai só para eles, coisa quase impensável quando eram casados.
Ao fazer a sua caminhada pontilhada de corrida, ao ouvir a mesma música que tanto a tinha incomodado há dias, ela nada sentiu.
E já nada sente quando ele chega tarde, quando ele não telefona, quando ele mente, quando ele não vem,... porque ele já não faz parte da sua vida.
Enfim, a paz almejada está a chegar!
terça-feira, 20 de maio de 2008
Saudades
Hoje, ao fazer uma corrida e a ouvir música, ela lembrou-se que aquela música foi comprada pelo ex-marido, lembrou-se do prazer que tinham os dois ao ouvir, juntos, aquelas músicas e foi invadida por uma saudade dilacerante:
A correr e a ouvir música, a dor foi, outra vez, dilacerante,
tão dilacerante que teve que chorar e gritar!
Teve que gritar!
De raiva...
Porquê?
porquê o desapego dele?
Porquê?
Quando?
Ela vai ter que aprender a comprar música outra vez...
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Viver
domingo, 18 de maio de 2008
Sobrinhas
Ter sobrinhas é tão bom como ter amigos.
Ter sobrinhas que nos apoioam quando precisamos é fantástico...
Ter sobrinhas que fazem de babysitter para a tia sair também
sábado, 17 de maio de 2008
Amigos
Ter amigos é fantástico!
Ter amigos fantásticos é ainda mais fantástico.
Conversar uma hora é bom.
Conversar duas também.
Conversar três ainda melhor,
mas conversar nove horas é o máximo!
Um dia de sol a sós é bom.
Um dia de sol na praia é bom.
Um dia de sol na praia com amigos é fabuloso!
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Sentimentos novos
Mesmo agora, ela esteve a reler
e ainda
e estranhamente não sofreu.
Espanta-se de não ter tido a força que teve agora, ao pôr um ponto final nesta situação tão cansativa, desgastante e indigna! Agora, neste momento, o seu sentimento é de espanto.
Não sofre. Espanta-se.
Prioridades
De repente, descobriu que havia mais mentiras no seu passado.
Coisas que nunca tinha imaginado...
Mas há que não valorizar o passado longíquo. Ela tem que valorizar as razões que a levaram a divorciar-se.
E essas razões prendem-se mais com o que ele não fazia em casa do que com o que fazia na rua...
Melhor, ela tem que começar a valorizar o futuro.
Tem que enterrar, de vez, o passado! Já pensou num ritual... um enterro físico de algo simbólico do seu passado.
Tem que alimentar o futuro! E também, já concebeu um ritual de passagem, cheio de esperança: vai colocar um anel com o seu nome gravado e "casar-se-á" consigo própria.
Será com ela, e com ela apenas, comprometida.
Nunca mais usará o nome de outro num dedo, apenas o seu!
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Intimidade
Ela pensava que tinha tido momentos de intimidade com ele. A sério que pensava...
Para ela, fazer amor era o máximo de intimidade que tinha com ele, era a única altura em que o sentia dela, apenas dela, com toda a atenção dele...
Enfim, como pôde ser tão estúpida, tanto tempo?
Hoje, ao ouvir duas amigas a falar de intimidade que têm com os maridos, ela ficou estarrecida: afinal nunca teve intimidade com ele!
terça-feira, 13 de maio de 2008
Problemas a sério
Um primo dela (melhor, neto de um primo dela, que a fará sua bisavó-prima (????)), apenas com 16 anos tem leucemia.
Isso sim é um problema. E faz com que ela se sinta envergonhada na sua dor.
Hoje, a mãe dele regressava de Fátima e encontraram-se na estação.
Depois de uma troca breve de palavras acerca da saúde do filho e da possibilidade de transplantes, a mãe perguntou-lhe pelo marido, pois que nunca mais o tinha visto a visitar o filho (quando se sabe que trabalha no mesmo edifício!)... e ela disse-lhe que não sabia dele, pois tinha-se divorciado dele há quinze dias.
Perante a cara de espanto, ela disse-lhe:
domingo, 11 de maio de 2008
Mais voltas de montanha russa
Hoje, ela foi visitar uma senhora amiga que tinha sido atropelada.
Hoje, ao visitar essa senhora, ela voltou a ver uma amiga de infância que já não via há uns tempos.
Hoje, ao reencontrar essa amiga, contou-lhe que estava divorciada há quase duas semanas (faz duas semanas amanhã!).
Hoje, ao contar à amiga as razões pelas quais ela se divorciou, relembrou-se e ficou indignada outras vez. Indignada com o seu ex, indignada consigo mesma por ainda ter saudades, indignada por não conseguir controlar os seus sentimentos...
Hoje, ela ficou contente outra vez com a decisão dela!
Saudades
Esta semana tem sido profícua em sentimentos contraditórios!
Uma autêntica montanha-russa!
Hoje, os filhos foram almoçar a casa da avó paterna. O pai veio buscá-los. E ela viu-o. E ele estava com bom aspecto. Sorriram. De longe: da porta do carro para a janela do quarto que em tempos foi de ambos.
Hoje, ela tem o coração cheio de saudade.
Hoje, ela tem o coração cheio de raiva, raiva de ter saudade!
Hoje, na cabeça dela trava-se o seguinte diálogo:
sábado, 10 de maio de 2008
Montanhas Russas
Ela não precisa de andar numa montanha russa.
As suas emoções são uma montanha russa.
Um dia está bem.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Mais um 6
O post anterior foi escrito numa SEXTA feira dia NOVE, que nada mais é que um seis virado ao contrário... e às 0 horas e 36 minutos que é 6 ao quadrado....
O número SEIS
O número seis é o primeiro número inteiro perfeito: é igual à soma dos seus divisores (excluindo o próprio).
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Mnemónicas
Ela não se pode esquecer das razões que a levaram a tomar esta atitude tão drástica.
Não se pode esquecer das palavras cruéis,
dos actos cruéis,
da arrogância,
da indiferença,
do desprezo
que ela sentia por parte dele.
Não pode ser um abraço nem umas lágrimas que a demovam...
Saberes
Ela já sabia.
Já sabia que iria sofrer.
Nunca pensou que iria sofrer tanto.
Sofrer como se da morte de alguém de tratasse.
Ela já estava morta, o seu casamento também. Ele ainda não sabia ou não via.
Ontem, abraçados, despediram-se desta vida a dois. Morreram as ilusões. Morreram.
Ela já sabia que ia ser difícil. Ele nunca pensou que ela fosse até ao fim, mesmo depois de o casamento estar dissolvido, ele nunca acreditou.
Ela já estava preparada. Ele não. Mas estão os dois a sofrer. De modos diferentes...
Ela não sabe se vai ser mais (in)feliz. Mas sabe que há-de deixar de sofrer. Há-de ter paz. Ela não teme o futuro. Ela não teme estar só.
Ela tem pavor de nunca mais conseguir amar! Nunca mais se dar. Porque sabe que a melhor parte de si morreu e já não acredita na Bela Adormecida nem em Príncipes Encantados que a acordem dessa morte...
terça-feira, 6 de maio de 2008
Enterro
Hoje, ele veio buscar a roupa dele, aquela que ela lavou, passou e arrumou, aquela que ela cuidou durante tantos anos.
Hoje, ele estava no WC a tratar de uma pequena ferida e abriu a porta do armário que costumava ser sua e encontrou o vazio. Então, olhou para ela e
Hoje, ele abraçou-a e chorou, chorou, chorou!
Hoje, eles abraçaram-se e choraram, choraram...
Hoje, ela convidou-o para jantar,
E, então, ele foi embora.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Sonhos
Será que são todos os sonhos que comandam a vida, ou apenas aqueles que se sonham acordados?
Se forem todos os sonhos, até mesmo os inconscientes, ela está desgraçada,
Ameixas Verdes
Só quem já comeu pode perceber porque raio é que me apetece comer ameixas verdes!!!!
E já agora, gritar!!!
Areia vs Pérola
Tenho a agradecer à Divagando-Sempre as palavras de apoio, em especial à comparação do meu sofrimento a um grão de areia dentro de uma ostra que acaba por se transformar numa pérola.
Espero, tenho esperança, que a minha areia se transforme numa pérola...
domingo, 4 de maio de 2008
Chicken memory?
Hoje, ela sentiu saudades do pouco que tinha.
Hoje, ela pensou que o pouco que tinha era algo.
Hoje, ela pensou que agora não tem nada!
Hoje, ela perguntou-se se fez bem.
Hoje, ela questionou-se se alguma vez mais se vai ver nos olhos de alguém.
Hoje, ela duvidou se alguma vez vai ser tocada na face, abraçada ou estar ao colo de alguém.
Mas,
ela não se pode esquecer
Mais mudanças
Mudanças.
Constante mudança.
Mudança previsível.
Tudo na mesma.
Ela faz, desfaz, toma decisões: mexe-se!
Como já tinha dito antes, ela lavou e passou a roupa dele que estava por tratar. Nada de novo. Mas desta vez, é a última!
Ela arrumou toda a roupa dele, toda, em malas, em sacos e em caixas.
Arrumou tudo.
Desfez a cama. Melhor, desmontou a cama e encostou tudo à parede.
O quarto tem agora uma cama desmontada encostada à parede, um colchão vazio encostado à parede e algumas malas, malotes, sacos e caixas encostados e empilhados junto ao colchão.
Será que ele percebe que chegou ao fim da linha?
PS: Foi difícil e ela ainda chorou!, sim chorou, pela sua infelicidade quase constante, pela impossibilidade da mudança de atitude dele, pela diferença de prioridades deles, pelo investimento dela, pelo desinvestimento dele, pela vida passada, pelo que podia ter sido... Chorou também pela quase certeza de que nunca mais vai amar, pois está morta por dentro, pela quase certeza da infelicidade que vai sofrer... Mas, entre uma quase certeza e uma certeza, ela escolheu a probabilidade menor. Entre ficar e arriscar, ela escolheu o arriscar...
Boa sorte para ti, miúda!
Solidões
Domingo.
Dia da família. É o que dizem.
Tendo, durante 14 anos, 6 meses, 19 dias e 2 horas (e alguns minutos...) um marido enfermeiro, coleccionador/negociante de discos, manager de várias bandas e radialista, ela está mais que habituada a passar os domingos apenas com os filhos, como noutro dia qualquer.
Divorciada há seis dias, este é o primeiro domingo que passa sozinha com os filhos, na condição de família monoparental.
A sensação é a mesma.
Viver com e para eles.
Apenas com um ligeiro pormenor: ela não espera nada dele, telefone ou não, que venha almoçar ou não, que venha jantar ou não...
A solidão é a mesma.
Correcção: não é a mesma, não! Agora, ela sente-se sozinha, apenas sozinha e não abandonada!
sábado, 3 de maio de 2008
Flashback 4
18 de Janeiro de 2006
Esperar que ele me fale.
Esperar que ele se abra.
Esperar ouvir os sentimentos dele.
Esperar…
Esperar…
Esperar…
Todos os meus amigos me dizem para esperar, ter calma, não fazer nada precipitado, tudo calmamente…
Pensar no que de bom tenho.
Pensar no que iria perder.
Pensar…
Pensar…
Não tenho feito nada mais que esperar.
Não tenho feito nada mais que pensar.
Não tenho feito nada mais que …
Nada!
Não faço nada!
Mas sinto
Sinto
Sinto
Sinto
Sinto
sinto e
dói
dói
dói
dói
dói!
Hoje lembrei-me do que fiz quando soube o resultado da TAC: dobrei o pijama dele com todo o amor e carinho e cheirei-o.
Inalei profundamente o cheiro do meu homem para ter um bocadinho dele.
Inalei as moléculas do meu homem que ficaram agarradas ao tecido.
Fiquei com o meu homem dentro de mim.
Porque não me restava nada dele.
Porque ele estava em casa de outra.
Porque ele estava com outra…
Porque ele não estava comigo…
Hoje pensei no que fiz quando soube o resultado da TAC chorei!
Hoje chorei!
Flashback 3
O dia mais difícil da vida dela, até agora: o dia em que ELA, ela como se conhecia, morreu...
10 de Janeiro de 2006
Dia 5, às duas da manhã R. telefonou-me a dar a novidade feliz: Não tinha nenhum problema no cérebro, não tinha nenhum tumor!
Chorei de alegria. Mas ele não vinha a casa, dormiria no Hospital, na cama 3, pois era tarde e, no dia seguinte, iria fazer o turno da manhã e estava muito cansado. Entendi. Triste, mas entendi...
Dia 5, à hora de almoço recebi um telefonema da C. que queria saber o número de telefone da mãe de R., pois ele tinha-lhe dito que ia dormir em casa da mãe e iria de manhã ter com ela, C.
Estranho, muito estranho, a mim, disse que iria dormir no Hospital, à amiga, disse que seria em casa da mãe... é possível haver uma explicação!
Dia 5, pelas 13h, R. telefona-me indignado, pois porque que razão tinha eu telefonado para o Hospital à sua procura (não tinha sido eu, mas sim C., mas ele não sabia...). Nesse telefonema, R. meteu as mãos pelos pés ao tentar explicar-me porque às 20 h da véspera tinha combinado uma coisa com C. e às 2 da madrugada tinha-me dito outra coisa... Afirmou então que tinha dormido em casa da mãe!... Eu já sabia que não!
Saí do trabalho e fui ter com ele. Depois de muita insistência, admitiu que foi dormir a casa de uma amiga. (??????????)
No dia em que descobre que não tem um tumor na cabeça vai dormir a casa de uma amiga????? Não partilha a alegria com a esposa????
Que amiga, meu Deus? NÃO INTERESSA, diz ele, dezenas de vezes!
Afinal, apenas tinha ido dormir a casa da S., onde já tinha dormido muitas vezes! E não só em casa de S., mas já tinha ido dormir várias vezes a casa de C. E eu sempre a pensar que ele estaria a fazer o turno da noite ou a dormir em casa da mãe... Mentiras, tantas mentiras!
Quase a certeza que ele me trai!
Uma amiga…
Está a lanchar com uma amiga… não interessa quem é,
mas depois é S. ...
Está a falar com uma amiga e não pode atender o tmv,
mas depois é a S. …
Acho que S. nesta altura é o seu bode expiatório...
Dizer-me que eu tenho que entender que, uma vez que quando me conheceu ele era “virgenzíssimo” e que agora tenha necessidade de conhecer mulheres…
Andar a tomar banho todos os dias (coisa que não fazia!)...
E agora isto…
Sem explicação, qualquer explicação, ZERO!
Morreu qualquer coisa dentro de mim,
o meu coração está partido,
em muitos pedaços!
Está a ser muito DURO, muito DURO.
Ele diz-me para eu fazer o que eu quiser,
Estou em sofrimento…
Estou de luto,
CONTINUO DE LUTO,
Flashback 2
2 de Janeiro de 2006
Espaço matrimonial
O que é ter espaço?
O que é pedido, na verdade, num pedido de espaço?
O que, no fundo se quer?
Gajas, claro.
Quer-se gajas.
Ou gajos… também pode ser.
A gaja que está casada connosco já não dá tusa. A melga da esposa controladora!
Um gajo quer-se divertir. Um gajo ainda é novo…. (Sublinhe-se o AINDA!) mas o tempo passa, está a passar….
Neste momento, já se está mais velho ou velha… e o gajo que está connosco já não tem a chama que tinha.
O que se passa na cabeça do man? Que quer ele?
E porque não abre ele o coração?
Tudo seria mais justo se houvesse honestidade dos sentimentos ...
Será isto o espaço que ele quer?
O meu coração está aos pulos.
Não sei o que pensar.
Mas sei o que estou a sentir: angústia!
Mandei 1 sms ao R. às 16:50, apenas para ver se ele estava bem, se já tinha o TAC marcado para ver se a dor de cabeça era algo de grave ou não.
Às 17:50 voltei a mandar outro.
Ele está bem? Não respondeu a nenhum... São 18.
Afinal ele estava bem, não tinha nenhuma dor de cabeça e ainda não tinha conseguido fazer o TAC.
À pergunta porque não me não respondeu aos sms, pelo menos a dizer que estava bem, que estava vivo, a dizer, "deslarga-me", ele apenas disse:
Pergunta feita hoje:
É isto gostar de alguém?´
é saber que a esposa está aflita, com medo de ele estar muito doente, ou até mesmo morto (eu sei que estava a exagerar na preocupação!), e não responde a fim de a relaxar?
É isso gostar?
Não, não é...
Flashback 1
Ao que parece fazer ela tem que fazer o luto...
Num velório, a viúva relembra com dor os momentos bem passados.
Neste luto, ela relembra com dor os momentos que a magoaram.
Ao olhar para trás, há alguns flashbacks que teimam em aparecer.
Eis uns dos primeiros momentos que iniciaram a bola de neve que terminou agora na dissolução do instituido pela lei, mas que já estava morto, talvez, há dois anos, ou mais:
21 de Dezembro de 2005
Final do 1º período.
Balanço estranho.
Escola estranha.
Miúdos estranhos.
Ando diferente, já não me reconheço. Nada tranquila!
Sou um vulcão de emoções, umas negativas, outras positivas. Pareço uma montanha russa.
1º facto:
Tudo começou com um divórcio que me abalou: M. assinou o divórcio, porque o marido traiu-a durante CINCO (!) anos com a mesma amante: a vida dupla a que isso obriga, as mentiras constantes, cinco anos. Imperdoável. Como é possível conseguir este feito e a mulher não perceber? Como?
Toda esta história expôs as minhas fragilidades interiores, todos os medos de ser traída acordaram, passei a ser povoada de fantasmas.
2º facto:
No dia 4 de Outubro, R. enviou-me, por engano, um sms: um convite seu para lanchar. O que seria de todo impossível para mim. Perante a situação, ele negou que o sms seria para outra pessoa e “jurou” que era para mim. À noite, depois de muita insistência da minha parte, ele diz que era para S. Justificação aceitável. Mas, porquê tanta recusa em dizê-lo? Seria mesmo para ela?
3º facto:
Há uns dias, não sei precisar a data, encontrei um cabelo comprido na nossa cama, do lado de R. ao nível das pernas. OK OK OK Pode haver milhões de explicações. Ele mandou-me a um psiquiatra!
4º facto:
Domingo, dia 11 de Dezembro, depois de QUATRO (!) noites sem dormir em casa, devido a vários concertos no Norte, ele vinha a casa almoçar, porque a banda tinha que entregar a carrinha às 14 em Lx e ele vinha de boleia com eles. Mas, às 17horas, ainda não tinha chegado e tinha o telemóvel desligado (ou sem bateria) e NÃO AVISOU nada! Fui para Cbr, a fim de verificar se o carro dele ainda estava na estação, porque pensei o pior: a carrinha tinha tido um acidente e ele estava ou morto ou bastante doente para não poder avisar a família que algo se tinha passado.
Afinal, parece que a carrinha avariou e eles estiveram muito tempo à espera de socorro.
Mas, nesta história toda, há coisas que não batem certo:
A hora de saída de Braga,
a hora da avaria,
a impossibilidade de telefonar de um tmv,
a não paragem numa estação de serviço,
mas depois já tinha parado para comer qualquer coisa e não havia telefones públicos de moedas ?!!!
Como é possível não avisar perante um atraso de 6 horas?
5º facto:
Na 2ª, dia 12, ele lanchou com uma colega, cuja identidade esteve envolta de secretismo. Admitiu depois que era S. Mais uma vez a dúvida persiste: porque não o disse logo?
6º facto:
Dia 13, depois de um jantar de “reconciliação”, ele disse que EU tinha que ENTENDER que ele PRECISAVA de conhecer novas mulheres, porque era “virgenzíssimo” quando me conheceu. Eu não necessito de conhecer novos homens, porque tenho o melhor...
7º facto:
Toda a semana tentei conversar e todas as conversas deram para o torto, acabando por discutirmos.
Pergunta: Ele ama-me ainda? Ainda lhe sou importante?
Estou num turbilhão.
Eu gostava mesmo que ele me dissesse que está casado comigo,
não por não ter espaço para os discos,
não pelos miúdos,
mas por MIM.
Ainda por MIM!
Que eu ainda valho a pena.
O que mudou em mim?
Facto: mudei de escola;
Facto: tive um início assustador, pois foi a 1ª vez que tive 11º ano;
Facto: perdi a companhia e a conversa de duas amigas, C. e P. e a de D. embora a conversa com ele fosse apenas de motas;
Facto: deixei de andar de comboio e isto deve ser o que mais me afectou. Tenho que conduzir, não tenho ninguém com quem conversar e não posso dormir. Solidão. Este ano sofro de solidão!!
Tenho 50 minutos matinais e vespertinos para alimentar fantasmas;
Facto: estou em dúvidas a nível profissional, os meus alunos não me respeitam;
Facto: não estou feliz!
EU estou SÓ! É isso: Solidão.
Estou só na escola;
Estou só na sala de aula, absolutamente só;
Estou só na viagem! Só no carro ou na mota!
Estou só em casa! Só!
Durmo só!
Sinto-me só! Solidão absoluta!
Solidão rodeada de uma multidão. Mesmo quando R. está, eu estou só!
Eu sou SÓ! Solidão!!!!!!!!!
O mundo parece-me vazio, o meu coração está vazio, a minha alma está vazia!
No entanto, ainda tenho pais vivos e saudáveis.
Os meus filhos são saudáveis.
Tenho trabalho.
Tenho casa.
Tenho comida.
Posso comprar livros, ir ao cinema, jantar fora. Estou a ser egoísta!
Eu sei que R. não pode sofrer com a minha insegurança, não é ele o culpado de a minha colega ter sido traída.
Não é ele o culpado da minha vida profissional não estar nada bem…
Mas, parece-me que não sou importante para ele.
Eu não me sinto amada. Não me sinto especial. Todas as mulheres são melhores que eu, todas são enigmáticas e lindas e interessantes. Ele sabe tudo de mim. Eu não sei nada dele. Eu estou feia quando ele chega a casa… já trabalhei, já fiz o jantar e… merda… que vida!
Toda a minha vida material está assegurada.
Toda a minha vida emocional está uma confusão!
Vou? Fico? Mudo? Mantenho?
Vinte anos…
Filhos…
Não consigo pensar…
Eu tenho que deixar R. voar! Mas deixar voar mesmo!
Mas, e se depois ele voa e não volta?
Se calhar é mesmo melhor fazer isso, porque isto assim não vale a pena.
Estar casada assim,… continuar tudo na mesma é uma merda, não vale a pena lutar!
Estou cansada de lutar, cansada, muito cansada!
Vou desistir: Ele que voe! Que faço eu, então? Nada?
Como vou conseguir não fazer perguntas?
Como vou conseguir saber que ele gosta de estar (a conversar, por enquanto!) com mulheres e eu em casa?
Como vou conseguir? Como?
Assim, não vale a pena! Assim não!
Eu quero estar com alguém que queira estar comigo e não com alguém que seja obrigado a estar comigo. E é isso que eu queria que ele decidisse esta semana. É isso que eu queria ouvir. Mas, se calhar, ele também tem dúvidas.
Assim, o mais inteligente será: deixar voar!
Mas,
ou
quê??
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Uma questão de orgulho
Já há uns posts atrás ela referiu que deixou de cuidar da roupa do então ainda marido.
O divórcio consumou-se no dia 28. Ele vai ter que sair de casa.
Mas, ela não lhe vai dar o prazer de se queixar (eventualmente...) que ia com a roupa suja e/ou engelhada. Então, ela vai tratar da roupa dele, pela última vez.
E vai ser com orgulho que lha vai entregar impecável!
Só uma nota: São 10 camisolas de lã, 15 camisas, 13 t-shirts, 4 pares de calças e algumas camisolas interiores... nada que não se resolva, vejamos... em 2 ou 3 horas.
Cool
Palavra de técnico
Ela hoje teve mais uma confirmação de que nada errado se passa dentro da sua mente.
Desta vez a psicóloga confessou-lhe que há uns tempos valentes achou que considerava uma perda de tempo ela ter consultas de psicologia e medicamentos antidepressivos. A técnica de saúde era da opinião que "apenas" havia um problema conjugal de difícil solução.
Afinal, além de ela já saber que não tinha nenhum problema mental, ficou hoje a saber que também não é uma pessoa depressiva.
Afinal, e para seu orgulho, é uma pessoa combativa, lutadora e que tentou todos os meios ao seu alcance para tentar mudar uma relação que não a deixava feliz.
É isso.
Ela apenas era infeliz!
Mas, a luta continua! O povo para a rua!
Neste caso, quem vai para a rua é o seu já EX marido... heheheh