quinta-feira, 27 de março de 2008

Mais erros

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais fraco deles, entra
sozinho na nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Maiakovski


Mas eu disse,
gritei,
esbracejei,
esperneei,
e,
voltei a gritar, esbracejar e espernear.
Ainda tenho a voz na garganta.
Mas já não tenho força.

3 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto procuras a lua não te escondas do sol... e esse sol é a tua vida, são os teus sorrisos, os teus filhos, os teus amigos... a tua vida.

Sentes que já não tens força, mas lembra-te que tens a voz ainda que na garganta, pois, essa não foi roubada.

Mesmo com a voz na garganta podes dizer: "Basta"

Há palavras que surgem com a força do vento e dão-nos alento para levantar a cabeça e sorrir, mesmo com as pérolas que insistem em aparecer...

Não desistas!

Mian Ru disse...

Mesmo, não desistas e não te entregues á solidão.
Depois da grande nuvem passar e os primeiros raios de SOl entrarem pelas tuas janelas, sai de casa e respira fundo. Olha para todos os lados e pensa que estás de novo integra e capaz de ti.

Não te esqueças, não grites pela garganta, usa a barriga, se gritares grita bem, usa todos os recursos para que nunca te falte a voz. Isto deve ser compreendido de forma analógica :P
Para cada tacho um tampo Frol...

Karmen disse...

Como vês não estás só. Nem que sejam anónimos que vão seguindo esta tua luta. Uma coisa é certa...
Não caminhas sozinha!
Força miuda!